EFEMÉRIDES

Acompanhe a cronologia da Conquista de Olinda.


Conquista de Olinda no Brasil pelo general Hendrick C. Loncq, 1630, anônimo, 1649 - 1651
Rijksmuseum (Amsterdã)

JUN27.06.2019Henrick Lonck partiu de Goeree, com oito navios. De Texel e de outros pontos seguiram a reunir-se ainda alguns navios, formando 17 velas, com as quais seguiu a cruzar junto às ilhas Canárias, devendo ali procurar obter vantagens e esperar pelo resto da frota na bahia de São Vicente, nas ilhas do Cabo-verde (Reverendo : 2).
OUT20.10.1629Coronel Diederich Van Waerdenburch partiu de Texel, com uma frota de 15 navios (Reverendo : 3).
NOV29.11.1629O Coronel Waerdenburch chega à bahia de São Vicente, onde a frota do General LoncK estava fundeada a sua espera por mais de 16 semanas (O atraso se deu por ter ido o Coronel comandar nas batalhas de Veluwe, Amersfoort e Utrecht à serviço de S.A. o Príncipe de Orange) (Reverendo : 3).
DEZ
19.12.1629Celebraram em toda frota preces gerais (oraram) (Reverendo : 3).
26.12.1629Uma grande e poderosa armada partiu de São Vicente para Pernambuco (Soldado : 47). Por ordem do Sr. General e do Conselho Secreto partiram no segundo dia do Natal, pela manhã, de São Vicente, com 53 navios e treze chalupas, nas quais havia, entre soldados e marinheiros, 7280 homens, faltando alguns navios e alguma gente, que não se sabia se tinham ficado para trás ou errado o rumo. Assim tomaram o caminho que, na opinião dos mareantes, os deveria conduzir diretamente para Pernambuco (Reverendo : 4).
JAN
03.01.1630Faleceu o filho do reverendo Baers, Petrus Baers, próximo a linha do equador, região assaz insalubre, devido ao ar pesado e úmido, onde derivaram por algumas semanas (Reverendo : 4).
13.01.1630Celebraram no navio, a desejo do Nobre Sr. Coronel o Santo Sacramento da Comunhão, em seguida os demais se encomendaram a Deus com orações e súplicas de ventos favoráveis para chegaram logo ao destino e que lá fossem bem sucedidos (Reverendo : 4). O Reverendo confessa que ouvia e testemunhou que o Coronel todas as manhãs e noites, ajoelhado junto ao seu leito, orava e fazia com grande devoção as preces matinais e noturnas, além do que passava a miúdo longas horas deitado no seu leito suspirando e orando a Deus (Reverendo : 8).
FEV
02.02.1630Perto das 3hrs da tarde avistaram terra firme do Brasil, na altura de Pernambuco (Soldado : 54).
05.02.1630Seguindo rumo de E.N.E. deixaram o território de Pernambuco a bombordo, aproando para a ilha de Fernando (Soldado : 55).
11.02.1630O General Hendrik Corneliszoon Loncq reuniu pela última vez o Conselho de Guerra, entregando a cada patrão do navio uma carta, contendo o objeto da empresa neerlandesa no Brasil (Soldado : 56).
14.02.1630Avistaram novamente a terra de Pernambuco, o Sr. General Loncq mandou içar bandeira de sangue, preparando os navios para combate (Soldado : 57). O Reverendo fez uma prédica sobre o texto do Êxodo 7:8-14 e entoaram o Salmo XIV terminando com uma pia e fervorosa oração a Deus. Ao anoitecer separaram-se da frota com 16 navios, nos quais havia 3 mil homens, seguindo para o Norte de Olinda em direção a Pau amarelo. (Reverendo : 14).
15.02.1630Avistam a Vila de Olinda, e os fortes junto ao povoado São jorge, na praia e o outro sobre o rochedo (recife) o Forte do Mar. Ao pôr-do-sol 30 navios em meia lua (em volta) do Castelo do Mar começou a batê-lo com a artilharia grossa (Soldado : 58). Ao romper da aurora o Senhor Coronel fez ir à Câmara todos os 300 soldados e escançou a cada um um trago de vinho e Espanha, exortando-os à coragem e ao valor, dizendo que poderia morrer, mas nunca os abandonaria. Sendo já dia claro, velejaram por diante de Olinda para o sítio onde deveriam desembarcar (Reverendo : 16-17).
16.02.1630Tomada da Vila d’Olinda - Pela manhã, do navio, o Reverendo e os demais vêem o General Lonck com toda sua tropa chegar regularmente ao porto do povoado, rompendo logo fogo sobre os forte, que não tardaram em responder. O canhoneio durou de ambos os lados até à noite (Reverendo : 17). o Coronel Waerdenburch antes de desembarcar orou junto com o reverendo, ao final da oração deu a mão ao reverendo e exaltou a magnanimidade do Senhor. E assim partiu ele de bordo, e os seus quatro clarins lançaram ao ar notas marciais. Por ambição de glória e para poderem dizer que ajudaram a tomar a praça, foram também para terra, como voluntários, alguns mercadores, timoneiros. Entre estes foi o escrivão do navio o Sr. Andries Verspreet que implorou ao Coronel para que o deixasse acompanhar, manifestando resolução e coragem Reverendo : 18). Como estivesse resolvido a tomar a praça à força ou morrer com honra em frente dela, após o desembarque o Coronel deu ordem para afastar da praia as chalupas e botes a fim de que ninguém fosse tentado a fugir (Soldado : 61; Reverendo : 1 e 17, 19).
O desembarque durou toda a tarde até o pôr-do-sol, restando ainda a bordo alguma gente e bagagem que só chegaram à terra no dia seguinte pelo madrugada Conservou o Coronel com sua gente durante toda a noite formada em batalha, ele repousou um pouco em uma pequena cabana de pescador que havia na praia. (Reverendo : 20).
17.02.1630Para todas as companhias foram distribuídos aquartelamento na vila de Olinda, alguns do lado holandês tiveram bom alojamento, onde encontraram um barril de vinho de Espanha e toda a sorte de víveres (Soldado : 65).
Ao amanhecer o coronel colocou as suas forças em três regimentos, e os seus Tenentes-Coronéis tiraram na sorte quem devia comandar cada um deles. Cabendo a vanguarda a Adolf van Elst, o corpo de batalha a Steyn Callenfels e a retaguarda ao Major General Barão de Foulcke Houmckes. Restava ainda o posto a Alexander Seton que não havia chegado ainda. As armas estavam sob o comando do Nobre Johan Jonas Lodowyck, Comissário Geral da Artilharia, munições de guerra e suas dependências e duas peças de metal de três libras (Reverendo : 20).
Finda a oração o Sr. Coronel deu princípio, em nome de Deus, à marcha, conduzindo as tropas ao longo da praia, e apresentando-se sempre frente delas, como outrora o fez Alexandre Magno, Júlio César, Mitrídates, Adriano e tantos outros generais (Reverendo : 26).
Eram 4hrs da tarde quando tomaram a praça, nas acasa a mesas postas, havia comida e bebida, mas o moradores havia fugido. Sentindo-se senhores da praça, arvoraram imediatamente as suas bandeiras nos fortes e desfraldaram-nas pelas janelas do Convento dos Jesuítas para que nos navios se soubesse que a praça tinha sido conquistada e tomada. Ao ver fizeram orações de graças a Deus e entoaram um hino de louvor, nesta mesma noite provaram e saborearam, com gratidão e prazer, frutas da terra, como laranjas e limões, para regalo dos holandeses e alívio de seus doentes (Reverendo : 30).
18-19.02.1630Vários navios foram metido a pique na entrada do porto, carregados de fumo e açúcar que flutuaram até o açúcar ficar seco obrigando os holandeses a se retirarem pelas avarias sofridas (Soldado : 66; Reverendo : 30).
Na noite anterior, quando o Sr. General ancorado em frente ao porto do povoado, suspendeu o fogo, e na seguinte, quando à tarde foi tomada a vila, os do porto lançaram mão de todos os seus navios que ali se achavam, em números de 20 ou mais, meteram a pique parte deles na abertura e entrada do porto para impedir a entrada. Os demais navios carregados foram incendiados e destruídos assim como em terra os armazéns (Reverendo : 31).
20.02.1630Reunido o Conselho de guerra, ao pôr-do-sol escalaram homens (dentre os quais o Soldado e seu camarada Felipe de Haus) para o assalto ao forte São Jorge (Soldado : 67).
21.02.1630E nos quatro dias seguintes o holandeses levantaram, em vários pontos da cidade e nas entradas das ruas, parapeitos, e fizeram muitos cestões e faxinas (Soldado : 68).
26.02.1630500 homens foram enviados sob as ordens do Tenente-Coronel Adolph Van der elst, para atacar o Castelo da Terra, com tiros de mosquete (Soldado : 68)
28.02.1630Por ordem do General Lonq 3 meios-canhões desceram à terra e foram colocados na bateria construída dias antes. Tanto neste dia como nos seguintes bateram tão violentamente o Castelo da Terra que abriram-lhe uma grande brecha, seus defensores procuraram reparar com um saco de lã (Soldado : 69)
MAR
01-02.03.1630Os holandeses continuaram batendo vivamente os dois fortes com as peças (3 meios-canhões), conseguindo incendiar o saco de lã (colocado para fechar a avaria feita na estrutura do forte) com balas ardentes. Bem cobertos e resguardados por cestões, os holandeses poucos danos sofreram (Soldado : 69)
02.03.1630Toma do Porto de Olinda (Recife) - Perto das 9hrs arriaram no forte Castelo da Terra a bandeira vermelha, içando uma branca. O Capitão foi ter com o Coronel Diederich Van Waerdenburch a fim de concluírem sobre as bases da capitulação. Pouco depois foi intimado a render-se o Castelo do Mar, por um tambor, em nome do General Loncq e o Coronel Waerdenburch (Soldado : 70)
03.03.1630Ocupação da Ilha de Antônio Vaz (Bairros de Santo Antônio e São José) - O Coronel Waerdenburch enviou o Tenente Coronel Steyn-Callenfels, com várias companhias de tropas, à ilha de antônio Vaz, situada em frente ao Recife (ou aldeia Povo), do outro lado do rio chamado Beberibe. Completamente vazia, pois seus habitantes haviam ido se refugiar juntos dos outros na floresta. O Tenente deixou ocupado o Convento de São Francisco (edificado em 1606) e regressou com o resto da tropa. No mesmo dia foi desembaraçada a entrada do porto entre os dois fortes, colocando ali duas bóias, entrando em seguida todos os navios, iates e pinaças. Num espaço de quinze dias, os holandeses tomaram e conquistaram todas as praças fortes. (Soldado : 75)