Quem vive no Recife sabe que, desde os primórdios do século XX, a mobilidade na cidade sempre foi uma questão delicada. Seja para quem anda de carro ou para quem usa o transporte público. A primeira reforma começou na década de 1910, depois não parou mais, até hoje as Avenidas Conde da Boa Vista e Caxangá passam periodicamente por reformas que não trazem nenhum benefício aos motoristas e transeuntes. Depois da reforma para a Copa de 2014, foram construídos elevados (viadutos), túneis e estações para BRT que até hoje ainda funciona precariamente e que na maioria das vezes ligam nada a lugar nenhum. Sim, claro em 2019, a Av. Conde da Boa vista está novamente em reforma e o trânsito continua caótico, a previsão da conclusão é para 2020, será?
A música narra a viagem de trabalhadores que tomam os ônibus linha 522 (Dois Irmãos/Rui Barbosa) e/ou 520 (TI Macaxeira/Parnamirim), esta última segue para o conturbado Terminal de Integração da Macaxeira, zona Norte. O percurso poderia ser feito em menos de 20 minutos não fosse o engarrafamento causado por uma estreita passagem nas proximidades dos Jardins da Farias Neves, bem ao lado do conhecido Bar da Curva. A Praça também conhecida como Praça de Dois Irmãos, pois é a entrada do Zoológico, foi idealizado pelo arquiteto Roberto Burle Marx em 1958. Até chegar na entrada do Sítio dos Pintos (Rural), é um sufoco e quem precisa seguir até o Campus da UFPE, até chegar na UPA da Caxangá ainda soa um bocado.
A canção traz uma inovação, o som pesado dos bumbos duplos, baixos graves e guitarras agressivas do Heavy Metal se juntou ao ritmo do Coco de roda com levada de pandeiro e batidas fortes da alfaia, fazendo referência ao Manguebeat, Movimento que transformou o Recife no início do século XXI, tendo como seu principal expoente Chico Science e a Nação Zumbi.
